Dia Mundial das Competências dos Jovens | Elisabete Fiel

Dia Mundial das Competências dos Jovens | Elisabete Fiel

A 18 de dezembro de 2014, a Assembleia das Nações unidas proclamava o dia 15 de julho como o Dia Mundial das Competências dos Jovens, proclamado pela na Resolução 69/145 da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas. O objetivo era dar destaque a um grupo etário entre os 15 e os 24 anos, que representam cerca de 16% da população global e têm um papel fundamental no presente e no futuro, embora as disparidades entre os países sejam muito grandes na garantia das necessidades básicas, habitação, saúde, educação e proteção social.
Num Mundo cada vez mais complexo e em mudança constante, os jovens são o motor de desenvolvimento e é necessário investir no desenvolvimento de competências que permitam viver e trabalhar em cenários diferenciados, quer do ponto de vista da mobilidade, da cultura e do mercado de trabalho.
Em 2025, o tema é: «Capacitação dos jovens através da IA e das competências digitais», colocando em evidência a quarta revolução tecnológica e a forma como a Inteligência Artificial está a influenciar o ensino e a aprendizagem, o trabalho e a forma como vivemos. A IA pode representar um desenvolvimento sem precedentes, mas é necessário desenvolver o pensamento crítico, a ética e a criatividade para o retorno do investimento.
Os dados avançados pela UNESCO mostram os contrastes de género, de região e que podem trazer abordagens sustentadas nas evidências e na necessidade de «ensinar com a IA». Destacamos os 22% de mulheres que trabalham cm a IA, os 90% de adolescentes que estão offline por falta de acesso à internet e tecnologias e nas 10% de escolas e Universidades que têm um guia.
Em Portugal, a Pordata avançava com um estudo sobre os jovens portugueses, concluindo que: Em 2020, Portugal ultrapassou a média europeia no que diz respeito ao ensino secundário, pois 9 em cada 10 tem pelo menos o ensino secundário e 3 em cada 10 concluíram o ensino superior. Neste mesmo relatório, colocava-se em evidência as competências digitais e os jovens portugueses apresentavam competências digitais acima da média europeia. (86% vs. 71%). O investimento na capacitação digital em estudantes e professores tem vindo a afirmar-se como estratégia, apesar dos avanços e recuos, cabe agora às instituições investir na capacitação da aprendizagem com recurso à Inteligência Artificial e enfrentar o desafio conscientes da equidade e do equilíbrio necessário. Um estudo exploratório de Reis (2023) analisou as perceções dos docentes de Geografia na utilização da IA e a sua contribuição para o conhecimento geográfico no ensino básico e secundário, foram reconhecidas as potencialidades, a necessidade de formação e as vantagens na motivação dos estudantes bem como da personalização do ensino. É preciso agir e capacitar os jovens e provavelmente revisitar a Inforgeo 27, que explora as potencialidades da IA na Geografia! INFORGEO 27 - 2025

Reis, V. (2025). Professores de Geografia e a Inteligência Artificial Generativa: Um estudo exploratório. In E. Reis (Coord.), Geografia e Inteligência Artificial: Perspetivas para o ensino e investigação (pp. 57–64).