Dia Internacional da Educação - 24 de Janeiro de 2025 e o desafio de 200 palavras sobre educação, geografia, o futuro.
Dia Internacional da Educação - 24 de Janeiro de 2025 e o desafio de 200 palavras sobre educação, geografia, o futuro
A Resolução 73/25 da Assembleia Geral da ONU, a 3 de dezembro de 2018 criou o Dia Internacional da Educação - 24 de janeiro. Destacar este dia é recordar a sociedade civil sobre o direito à educação, consagrado no 26.º artigo da «Declaração Universal dos Direitos Humanos» (1948) e na «Convenção sobre os Direitos da Criança» (1989). A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável atribui ao ODS 4 o compromisso para a garantia de oportunidades educativas inclusivas e de qualidade, assumindo a importância da aprendizagem ao longo da vida. A educação é um bem inestimável que permite a quebra de ciclos de pobreza e o desenvolvimento social, pessoal e comunitário. Em 2025, a temática é a «Inteligência Artificial e a Educação: Preservar a autonomia humana num mundo de automação», ou seja, numa época de aceleração tecnológica é preciso redefinir a dimensão ética e humana. Durante o dia, há webinares e toda a informação pode ser acedida aqui: https://bit.ly/4aBZMbq A educação acelera o desenvolvimento das comunidades, permite o acesso à informação, à participação livre e democrática, ao conhecimento sobre direitos e deveres e ao exercício da liberdade. Solicitámos quatro visões do Ensino da Geografia em pleno exercício de funções: a visão do professor jovem e entusiasta, da professora dinâmica e experiente, do diretor/curador de projetos e do Professor Catedrático. Em diferentes espaços, têm em comum a Geografia e a forma como a ciência pode acrescentar valor, o desafio além do seu dia-a-dia, colocar em 200 palavras os desafios da educação, da geografia, do ensino nos seus diferentes ciclos.
A Resolução 73/25 da Assembleia Geral da ONU, a 3 de dezembro de 2018 criou o Dia Internacional da Educação - 24 de janeiro. Destacar este dia é recordar a sociedade civil sobre o direito à educação, consagrado no 26.º artigo da «Declaração Universal dos Direitos Humanos» (1948) e na «Convenção sobre os Direitos da Criança» (1989). A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável atribui ao ODS 4 o compromisso para a garantia de oportunidades educativas inclusivas e de qualidade, assumindo a importância da aprendizagem ao longo da vida. A educação é um bem inestimável que permite a quebra de ciclos de pobreza e o desenvolvimento social, pessoal e comunitário. Em 2025, a temática é a «Inteligência Artificial e a Educação: Preservar a autonomia humana num mundo de automação», ou seja, numa época de aceleração tecnológica é preciso redefinir a dimensão ética e humana. Durante o dia, há webinares e toda a informação pode ser acedida aqui: https://bit.ly/4aBZMbq A educação acelera o desenvolvimento das comunidades, permite o acesso à informação, à participação livre e democrática, ao conhecimento sobre direitos e deveres e ao exercício da liberdade. Solicitámos quatro visões do Ensino da Geografia em pleno exercício de funções: a visão do professor jovem e entusiasta, da professora dinâmica e experiente, do diretor/curador de projetos e do Professor Catedrático. Em diferentes espaços, têm em comum a Geografia e a forma como a ciência pode acrescentar valor, o desafio além do seu dia-a-dia, colocar em 200 palavras os desafios da educação, da geografia, do ensino nos seus diferentes ciclos.
Geografia e Educação
Rui Ladeiras | Professor de Geografia - Évora
Chamo-me Rui Ladeiras, sou professor de Geografia há quatro anos. Recordo-me desde sempre dos toques da campainha da escola onde a minha mãe trabalha. Se há coisas certas, são a influência que as memórias de infância têm na nossa vida, e as minhas eram andar de sala em sala de aula a escrever em quadros, durante as férias de verão e falar em voz alta, como se fosse um professor de não sei bem o quê, com várias turmas.
Mais tarde, no sétimo ano descobri uma disciplina fascinante, que aliava toda a minha curiosidade, pela vontade de viajar e conhecer o Mundo e assim nasceu a vontade de ser professor de Geografia. Transmitir algo que te fascina a alguém é dos atos mais compassivos que conheço. Nunca nos esquecemos de pessoas que nos ensinam algo marcante, ou com paixão por aquilo que nos estão a transmitir, e foi com isso que assumi um compromisso para comigo, ser o professor que gostaria de ter. Um professor de Geografia tem consigo ferramentas incríveis, que permitem estimular a vontade de conhecer o mundo, refletindo sobre os acontecimentos. Além de tudo isto, tem um papel fundamental na cidadania das gerações futuras, contribuindo para o seu crescimento e consciência de causas que vão desde o local ao global.
Rui Ladeiras | Professor de Geografia - Évora
Chamo-me Rui Ladeiras, sou professor de Geografia há quatro anos. Recordo-me desde sempre dos toques da campainha da escola onde a minha mãe trabalha. Se há coisas certas, são a influência que as memórias de infância têm na nossa vida, e as minhas eram andar de sala em sala de aula a escrever em quadros, durante as férias de verão e falar em voz alta, como se fosse um professor de não sei bem o quê, com várias turmas.
Mais tarde, no sétimo ano descobri uma disciplina fascinante, que aliava toda a minha curiosidade, pela vontade de viajar e conhecer o Mundo e assim nasceu a vontade de ser professor de Geografia. Transmitir algo que te fascina a alguém é dos atos mais compassivos que conheço. Nunca nos esquecemos de pessoas que nos ensinam algo marcante, ou com paixão por aquilo que nos estão a transmitir, e foi com isso que assumi um compromisso para comigo, ser o professor que gostaria de ter. Um professor de Geografia tem consigo ferramentas incríveis, que permitem estimular a vontade de conhecer o mundo, refletindo sobre os acontecimentos. Além de tudo isto, tem um papel fundamental na cidadania das gerações futuras, contribuindo para o seu crescimento e consciência de causas que vão desde o local ao global.
Geografia e Educação
Filomena Mendes | Escola Básica e Secundária Soares Basto, Oliveira de Azeméis
A Geografia nasceu com o Homem, a sua necessidade de conhecer o território e de nele se orientar. O progressivo sentimento de pertença e de individualidade dos espaços “vividos” aumentou a necessidade do conhecimento e compreensão das suas características físicas e humanas. Na atualidade, apesar de toda a parafernália tecnológica, estas premissas mantêm-se; a necessidade de gerir o território e os recursos disponíveis é ainda maior, perante as ameaças ao ambiente e os atropelos aos direitos humanos e territoriais. A educação geográfica é fundamental para entender, problematizar e projetar antes de atuar, numa abordagem multiescalar e com capacidade de interrelacionar e integrar diferentes perspectivas. A integração de novas abordagens, fruto da evolução tecnológica, deve servir para enriquecer os métodos e técnicas utilizadas, mas não pode substituir o conhecimento anteriormente adquirido; a utilização de um GPS, que permite navegar de forma rápida e eficaz, não pode excluir a necessidade de observar e compreender um mapa para uma melhor integração do território no seu todo, ou, a capacidade de nos orientarmos de forma simples em qualquer território. A Geografia está entrelaçada na nossa vida desde que nos conhecemos e começamos a relacionar com o espaço envolvente. Uma abordagem integrada será sempre mais enriquecedora e conducente a uma cidadania responsável, e aí reside o potencial do conhecimento geográfico na sua diversidade e riqueza.
Filomena Mendes | Escola Básica e Secundária Soares Basto, Oliveira de Azeméis
A Geografia nasceu com o Homem, a sua necessidade de conhecer o território e de nele se orientar. O progressivo sentimento de pertença e de individualidade dos espaços “vividos” aumentou a necessidade do conhecimento e compreensão das suas características físicas e humanas. Na atualidade, apesar de toda a parafernália tecnológica, estas premissas mantêm-se; a necessidade de gerir o território e os recursos disponíveis é ainda maior, perante as ameaças ao ambiente e os atropelos aos direitos humanos e territoriais. A educação geográfica é fundamental para entender, problematizar e projetar antes de atuar, numa abordagem multiescalar e com capacidade de interrelacionar e integrar diferentes perspectivas. A integração de novas abordagens, fruto da evolução tecnológica, deve servir para enriquecer os métodos e técnicas utilizadas, mas não pode substituir o conhecimento anteriormente adquirido; a utilização de um GPS, que permite navegar de forma rápida e eficaz, não pode excluir a necessidade de observar e compreender um mapa para uma melhor integração do território no seu todo, ou, a capacidade de nos orientarmos de forma simples em qualquer território. A Geografia está entrelaçada na nossa vida desde que nos conhecemos e começamos a relacionar com o espaço envolvente. Uma abordagem integrada será sempre mais enriquecedora e conducente a uma cidadania responsável, e aí reside o potencial do conhecimento geográfico na sua diversidade e riqueza.
O Desafio da Educação, a direção e a Geografia
Paulo Antunes | Diretor do Agrupamento de Escolas de Maximinos, Braga
Como Diretor do Agrupamento de Escolas de Maximinos, encaro a educação como o pilar fundamental do desenvolvimento humano e da construção de sociedades mais justas e sustentáveis. No Dia Internacional da Educação, é essencial refletirmos sobre o papel transformador que a escola desempenha no mundo atual.
A direção escolar tem a responsabilidade de criar as condições necessárias para que a escola seja um espaço inclusivo, colaborativo e inovador, onde alunos e professores se sintam valorizados e desafiados a alcançar o seu melhor. É através do fortalecimento de uma cultura de diálogo e participação que promovemos a cidadania ativa e a consciência crítica nos nossos jovens.
Como geógrafo, acredito que a educação deve também destacar o papel do território e do meio ambiente na formação das novas gerações. Compreender as dinâmicas espaciais e ambientais é crucial para preparar cidadãos capazes de enfrentar os desafios globais, como as alterações climáticas, a desigualdade social e a sustentabilidade.
A escola não é apenas um lugar de transmissão de conhecimentos, mas sim um espaço onde se constrói o futuro. É com este propósito que, enquanto Diretor e geógrafo, trabalho diariamente para que os nossos alunos se tornem protagonistas de um mundo melhor.
Paulo Antunes | Diretor do Agrupamento de Escolas de Maximinos, Braga
Como Diretor do Agrupamento de Escolas de Maximinos, encaro a educação como o pilar fundamental do desenvolvimento humano e da construção de sociedades mais justas e sustentáveis. No Dia Internacional da Educação, é essencial refletirmos sobre o papel transformador que a escola desempenha no mundo atual.
A direção escolar tem a responsabilidade de criar as condições necessárias para que a escola seja um espaço inclusivo, colaborativo e inovador, onde alunos e professores se sintam valorizados e desafiados a alcançar o seu melhor. É através do fortalecimento de uma cultura de diálogo e participação que promovemos a cidadania ativa e a consciência crítica nos nossos jovens.
Como geógrafo, acredito que a educação deve também destacar o papel do território e do meio ambiente na formação das novas gerações. Compreender as dinâmicas espaciais e ambientais é crucial para preparar cidadãos capazes de enfrentar os desafios globais, como as alterações climáticas, a desigualdade social e a sustentabilidade.
A escola não é apenas um lugar de transmissão de conhecimentos, mas sim um espaço onde se constrói o futuro. É com este propósito que, enquanto Diretor e geógrafo, trabalho diariamente para que os nossos alunos se tornem protagonistas de um mundo melhor.
Os desafios da educação no ensino superior
Rui Pedro Julião | Professor Catedrático, FCSH-UNL
Aceitei o repto de tentar resumir em 200 palavras os desafios da educação do ensino superior nos dias de hoje. Vou fazê-lo de acordo com quatro perspectivas que se encontram profundamente interligadas:
Ensino: No que se refere ao ensino propriamente dito há uma necessidade de transitar de modelos pedagógicos expositivos, centrados no docente, para outros em que é o estudante o pivot do mesmo. Estes modelos implicam também considerar a multiplicidade dos espaços e sua organização, a diversidade de canais de comunicação e ferramentas de interacção, bem como o recurso à inteligência artificial.
Investigação: Não se pode inovar no ensino se não houver entre este e a investigação uma forte ligação. Ao nível do ensino superior, designadamente nos segundo e terceiros ciclos, é imprescindível uma crescente integração dos estudantes com as actividades de investigação.
Criação de valor: O ensino superior não se esgota na oferta de formação conferente de grau. Há um dever de partilhar com a sociedade o conhecimento adquirido pela investigação que, simultaneamente, promove o valor social do próprio ensino superior.
Gestão: O último é o de conseguir uma gestão eficaz dos recursos disponíveis para o ensino superior. Os seus espaços e infra-estruturas, mas também, e sobretudo, dos seus recursos humanos quer na perspectiva da contratação/renovação do corpo docente, quer na perspectiva da sua promoção e valorização da carreira docente.
Rui Pedro Julião | Professor Catedrático, FCSH-UNL
Aceitei o repto de tentar resumir em 200 palavras os desafios da educação do ensino superior nos dias de hoje. Vou fazê-lo de acordo com quatro perspectivas que se encontram profundamente interligadas:
Ensino: No que se refere ao ensino propriamente dito há uma necessidade de transitar de modelos pedagógicos expositivos, centrados no docente, para outros em que é o estudante o pivot do mesmo. Estes modelos implicam também considerar a multiplicidade dos espaços e sua organização, a diversidade de canais de comunicação e ferramentas de interacção, bem como o recurso à inteligência artificial.
Investigação: Não se pode inovar no ensino se não houver entre este e a investigação uma forte ligação. Ao nível do ensino superior, designadamente nos segundo e terceiros ciclos, é imprescindível uma crescente integração dos estudantes com as actividades de investigação.
Criação de valor: O ensino superior não se esgota na oferta de formação conferente de grau. Há um dever de partilhar com a sociedade o conhecimento adquirido pela investigação que, simultaneamente, promove o valor social do próprio ensino superior.
Gestão: O último é o de conseguir uma gestão eficaz dos recursos disponíveis para o ensino superior. Os seus espaços e infra-estruturas, mas também, e sobretudo, dos seus recursos humanos quer na perspectiva da contratação/renovação do corpo docente, quer na perspectiva da sua promoção e valorização da carreira docente.