As estratégias de desenvolvimento territorial | Luiz Alves

As estratégias de desenvolvimento territorial | Luiz Alves (Consultor nas áreas do turismo e educação ambiental)

A Geografia e os geógrafos têm assumido um papel crescente no desenho das estratégias de desenvolvimento dos territórios, com especial destaque na estruturação e dinamização da oferta turística.
A capacidade de ler e incorporar na análise técnica as diferentes camadas que compõem a estrutura territorial, a facilidade de estabelecer pontes entre diferentes áreas do conhecimento e, sobretudo, a competência em planear e executar trabalho de campo assumem-se, entre outras, como fatores-chave da importância da participação dos geógrafos nos domínios do desenvolvimento territorial, em geral, e do turismo, em particular.
Os vários ciclos de programação de políticas públicas, maioritariamente ancorados em Fundos Europeus Estruturais e de Investimento (FEEI), têm permitido a prossecução de um conjunto de projetos e iniciativas de valorização dos recursos diferenciadores dos territórios, tendo em vista a sua incorporação no sistema turístico.
Entre os projetos de maior relevo desenvolvidos na área da consultoria no seio do sistema turístico destacam-se, entre outros, a estruturação das agendas de desenvolvimento para os ciclos coincidentes com os períodos de programação dos Fundos Comunitários, a preparação de candidaturas tendo em vista a obtenção de financiamento (nacional e/ou comunitário) para suporte à execução de projetos, planeamento e execução de programas de sustentabilidade para os territórios, monitorização da procura turística ou calendários de animação permanente. 
No seio destes, o acompanhamento e dedicação a projetos de financiamento, aplicados a diversas escalas, resultantes de sinergias estabelecidas através de uma rede de parceiros (públicos e privados), têm assumido uma dimensão crescente, permitido a incorporação do saber geográfico em equipas multidisciplinares, nas diversas fases de desenvolvimento dos projetos.
O papel da Geografia no desenho das estratégias de desenvolvimento territorial e de estruturação da atividade turística deve, por isso, ser entendido como um fator crucial, que permita uma maior vinculação das ações às especificidades de cada território.