Dia Mundial de Combate à Desertificação e à Seca | Maria José Roxo

Dia Mundial de Combate à Desertificação e à Seca, por Maria José Roxo (UNL)
“Unidos pelas terras: Nosso Legado. Nosso Futuro” é o lema o Dia Mundial de Combate à Desertificação e à Seca deste ano. Com a comemoração deste dia, 17 de junho, pretende-se chamar à atenção para um dos mais sérios problemas ambientais que a humanidade enfrenta, a degradação dos solos e, consequentemente, a perda de biodiversidade e diminuição dos recursos hídricos. Os dados apresentados pela Nações Unidas no site da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (www.unccd.int) são, por si só, reveladores da urgência na adoção de ações e medidas que permitam a regeneração das terras degradas e a preservação das que ainda apresentam um bom estado. Estima-se que, em todo o planeta, a cada segundo se degradem terras saudáveis equivalentes a quatro campos de futebol, o que corresponde a 100 milhões de hectares cada ano, uma extensão do tamanho do Egipto.
Para contrariar esta grave tendência é necessário que os governos, mas sobretudo a sociedade, tenham noção que o solo é um recurso natural finito, que se regenera muito lentamente, mas que pode ser destruído com grande facilidade e rapidez. O objetivo mundial de se restaurar mais de 1000 milhões de terras degradadas, até 2030, obriga a um empenho de toda a sociedade, através de um consumo responsável e de uma gestão sustentável dos recursos naturais.
Lamentavelmente, no nosso País o recurso solo continua a ser o “Filho de um Deus menor” e a suscetibilidade à desertificação avança pelo uso de más práticas agrícolas (sobrepastoreio, culturas intensivas e superintensivas), pelos incêndios, mas também, pelo aumento da aridez, em consequência da diminuição da precipitação anual e aumento das temperaturas máximas. Pouco se tem feito para aumentar a literacia sobre o recurso solo, ou mesmo para que a sociedade saiba o que é o fenómeno da desertificação. No entanto, solos saudáveis são o maior legado que podemos deixar para as próximas gerações. É fundamental, assim, passar da inércia à ação.