VI Congresso da Geografia Portuguesa / Eixos temáticos / E. Informação Geográfica e Decisão
E. Informação Geográfica e Decisão
Coordenadores científicos
- João Sarmento
- José António Tenedório
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- AVALIAÇÃO DA VULNERABILIDADE AO RISCO NO MUNICÍPIO DE OEIRAS
Cristina Henriques, Michael Rodrigues
Palavras chave: Risco, Perigosidade, Vulnerabilidade, SIGO trabalho desenvolvido teve como objectivo principal, desenvolver e aplicar, uma metodologia para a representação espacial da vulnerabilidade ao risco no concelho de Oeiras.
Esta representação foi conseguida através da hierarquização do espaço concelhio em três componentes da vulnerabilidade geral ao risco: 1) Vulnerabilidade Ambiental; 2) Vulnerabilidade Social; 3) Vulnerabilidade Económica.
Ao avaliarmos a vulnerabilidade estamos a representar espacialmente a sensibilidade do território, com o objectivo de identificar áreas onde o potencial dano causado com a ocorrência de um qualquer evento danoso seja maior. O mesmo tipo de evento danoso ocorrendo com a mesma intensidade em territórios diferentes, pode provocar fortes disfunções num, não afectando o outro. Neste caso, embora a susceptibilidade dos dois territórios possa ser semelhante, a sua vulnerabilidade face ao evento danoso é distinta, resultando em que o risco seja também diferenciado para os dois territórios em questão. É a vulnerabilidade que explica o porquê dos diferentes níveis de risco de diferentes territórios ao serem submetidos a eventos danosos de igual intensidade. A avaliação da vulnerabilidade de um território é assim um passo intermédio na avaliação do risco. Assim sendo, a equação mais genérica para expressar o risco é dada por:
Risco = Perigosidade x Vulnerabilidade - INTEGRAÇÃO DE REDES NEURONAIS ARTIFICIAIS E SIG PARA A MODELAÇÃO DE HABITATS POTENCIAIS NO PARQUE NATURAL DAS SERRAS DE AIRE E CANDEEIROS
César Capinha, Raquel Melo, António Flor
Palavras chave: Modelação, habitats, redes neuronais artificiais, flora, factores ecológicosA Geografia e mais propriamente a Biogeografia têm desempenhado um papel de extrema importância na preservação da biodiversidade. Uma das principais ferramentas na definição de estratégias com esse fim tem sido a modelação de habitats potenciais.
Este trabalho apresenta uma metodologia de obtenção de habitats potenciais através da integração de modelos espaciais representativos de vários factores biofísicos com registos de ocorrência de três espécies de flora (variáveis dependentes): Thymus villosus L. sub. villosus; Teucrium chamaedrys L. e Silene longicilia (Brot.) Otth. A área de estudo corresponde ao
Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros (PNSAC), tendo sido utilizada uma resolução mínima considerada de elevado detalhe (900 m2).
Para a caracterização biofísica da área foram modelados diversos factores ecológicos (variáveis independentes) como a radiação solar potencial, intensidade de vento, profundidade do horizonte A do solo, geologia do substrato, drenagem acumulada, e uso do solo. Como modelo estatístico de integração foram utilizadas regressões não paramétricas obtidas a partir de redes neuronais artificiais. Este é um método de utilização recente na área cujos valores de desempenho se têm revelado superiores à média em vários trabalhos.
A avaliação dos modelos foi realizada efectuando uma validação cruzada K-fold, em que as amostras iniciais foram particionadas em K amostras sendo apenas uma delas utilizada para validação e o processo repetido K vezes, permitiu atingir valores de desempenho entre os 74% e os 85%. - MONITORIZAÇÃO DAS DINÂMICAS DO USO DO SOLO NA CIDADE AFRICANA
Cristina Delgado Henriques
Palavras chave: Uso do solo, SIG, Detecção Remota, modelação geográfica, cidade africanaA acelerada transformação do território nas cidades africanas verificada nas últimas décadas representa um desafio ao ordenamento do território, quer no que respeita à componente de gestão, quer no âmbito do planeamento físico sustentável destas cidades.
A monitorização e a avaliação qualitativa e quantitativa das transformações espácio-temporais do uso do solo constitui uma etapa fundamental na compreensão das dinâmicas dos processos que levam à alteração das paisagens urbanas e consequentemente no enquadramento geográfico das acções de planeamento que se pretendam desencadear.
A Detecção Remota, os sistemas de informação geográfica (SIG) e a modelação por autómatos celulares apresentam-se, actualmente, como ferramentas indispensáveis na sistematização e análise dos processos de transformação de uso do solo.
É, portanto, através destas tecnologias que aqui se apresenta uma análise das transformações do uso do solo ocorridas num caso de estudo, entre 1964 e 2001 e uma modelação das tendências de transformação entre 2001 e 2010. - O PROJECTO DEMOCARTO: MODELAÇÃO EM SIG DA DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL E TEMPORAL DA POPULAÇÃO DE CASCAIS E OEIRAS COM ALTA RESOLUÇÃO
Sérgio Freire
Palavras chave: distribuição da população, densidade populacional, cartografia dasimétrica, população em risco, Cascais, OeirasDesastres naturais ou com causa humana (terramotos, incêndios florestais ou urbanos, epidemias, acidentes tecnológicos, actos de terrorismo, etc.) ocorrem geralmente sem aviso prévio e podem vitimar grande número de pessoas. Os dados dos recenseamentos populacionais apenas registam o local de residência e pernoita habitual da população, embora a distribuição espacial desta varie significativamente da noite para o dia. Assim, quando um desastre ocorre, saber-se quantas pessoas poderão estar na zona afectada nesse momento é informação fundamental para planear adequadamente respostas de emergência e evacuação, podendo estes dados ser igualmente úteis numa variedade de estudos envolvendo população, nomeadamente em análise de transportes, ambiente e planeamento, saúde e GeoMarketing. A espacialização destes dados num formato SIG raster aumenta significativamente a sua utilidade e facilita a sua integração com outros dados espaciais para análise ou modelação.
A validade do conceito de população ambiente para as utilizações referidas foi já demonstrada pelo desenvolvimento recente duma base de dados populacionais global (o LandScan), sucessivamente melhorada. No entanto, a resolução espacial desses dados (30 segundos de arco, quase 1 km), embora aceitável para uso a escalas regionais e nacionais, revela-se insuficiente para a maioria dos usos práticos em Portugal, em particular em meio urbano. Acrescentando à componente espacial a dimensão temporal, bases de dados com elevada resolução representativas das distribuições diurnas e nocturnas da população estão a ser desenvolvidas nos EUA com base em dois tipos de metodologias.
O presente estudo aborda o processo e implicações do desenvolvimento de bases de dados semelhantes para os concelhos de Cascais e Oeiras. Neste exercício de modelação espacial, são utilizados dois tipos gerais de dados: a) informação censitária e estatística e b) dados fisiográficos. A informação censitária mais recente (2001) fornece os quantitativos populacionais a serem espacializados, enquanto o segundo tipo de dados permite definir as unidades espaciais usadas para desagregar os valores dos Censos. Desta forma é possível considerar a componente temporal da população e estimar as suas distribuições nocturnas e diurnas. Para máximo rigor e elevada resolução espacial, a distribuição populacional diurna incorpora a componente trabalhadora através da informação sobre locais de trabalho e serviços públicos e privados (como escolas e hospitais) e respectiva população deslocada.
O principal valor destes resultados reside na sua elevada resolução espacial (25 m) e no facto de aproximarem com maior rigor e realismo a distribuição populacional no período diurno, possibilitando assim análises mais rigorosas nesse período. Dada a disponibilidade e características dos dados geográficos em Portugal, e apesar de alguns problemas e limitações identificados nos dados de input, com alguns cuidados será possível aplicar esta metodologia a qualquer concelho das Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto. - OS SIG NA PREVENÇÃO DA SIDA EM PORTUGAL
Margarida Quintela Martins
Palavras chave: Tipo de Notificação, Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (SIDA), Portador Assintomático (PA), Complexo Relacionado com a SIDA (CRS), Sistemas de Informação Geográfica (SIG), Análise espacialNormalmente associa-se a infecção VIH/SIDA a indivíduos que pertencem a grupos de risco, nomeadamente, toxicodependentes, homossexuais e a indivíduos que praticam prostituição.
No entanto, ao longo dos anos tem-se verificado que esta é uma doença que afecta principalmente comportamentos de risco e não grupos de risco. Assim é muito importante a tomada de consciência para o facto desta doença poder afectar qualquer indivíduo de qualquer idade.
A Geografia e a representação cartográfica poderão dar um contributo substancial como suporte de investigação, uma vez que todos os fenómenos ocorrem num dado momento ou período, num determinado local. Assim, aliando os dados que se pretendem estudar a uma base geográfica é possível identificar padrões de concentração e / ou dispersão e analisá-los ao longo de diferentes períodos de tempo.
O objectivo é demonstrar que os SIG podem ter um papel importante na prevenção da SIDA em Portugal. Os dados cedidos, foram trabalhados neste ambiente, o que irá permitir a realização de uma série de análises, com representação espacial. - POR UMA TEORIA DA DECISÃO!
PREMISSAS DE UM MODELO DE GOVERNAÇÃO DA CIDADE
Isabel Marcos
Palavras chave: Estratégias de decisão, Urbanismo, Semiótica & Comunicação, Marketing, Valores Simbólicos da Urbanidade, Estruturação do EspaçoO processo estratégico de decisão em urbanismo demonstrará que o urbanismo e a arquitectura não podem escapar à sua dimensão comunicacional. Para ilustrar esta afirmação, considerarei três intervenções urbanísticas em frentes de água que me parecem paradigmáticas: a de Bilbau (o projecto do Museu Guggenheim de Frank Gehry), a de Paris (os grandes projectos do presidente Mitterrand) e a de Lisboa (o projecto da exposição internacional – Expo 98). As três intervenções permitir-nos-ão mostrar que o sucesso destes projectos está ligado às significações que deles emergem. Na nossa sociedade onde a comunicação é quem dá enfase ao valor, essas significações devem ser meticulosamente estudadas. E é aqui que o analista em semiótica do espaço assume toda a sua pertinência no contexto do processo estratégico de decisão em urbanismo. O processo estratégico sob a perspectiva semiótica, permite-nos actuar na:
1 – Especificação : definir os valores que devem direccionar todo o projecto urbano e estabelecer as competências de cada um dos actantes da decisão;
2 – Pré-concepção : simular os efeitos de significação esperados (conceber alguns cenários urbanos esquemáticos);
3 – Concepção : recomendar e preconizar as soluções mais adaptadas;
4 – Gestão do projecto : acompanhar e gerir o conjunto das etapas do processo estratégico. - PROPOSTA METODOLÓGICA DE MEDIÇÃO DOS SPILLOVER EFFECTS COM INDICADORES DE ACESSIBILIDADE
ESTUDO DAS ACTUAÇÕES EM ESPANHA E EM PORTUGAL
Ana Margarida Condeço Melhorado, Javier Gutiérrez Puebla
Palavras chave: Acessibilidade, Spillovers effects, Planeamento do transporte, Análises de redes, SIGO conceito de acessibilidade refere-se à facilidade que uma determinada localização possui para alcançar os bens e serviços desejados. Na literatura podem-se encontrar vários indicadores para medir a acessibilidade, variando a sua formulação com as diferentes definições que existem para este conceito. Os estudos de acessibilidade têm sido utilizados para caracterizar o grau de proximidade dos territórios em relação às oportunidades existentes, assim como para analisar as mudanças derivadas da construção de novas infra-estruturas na acessibilidade dos territórios.
No entanto, uma revisão mais atenta permite descobrir que até à data se tem omitido sistematicamente um aspecto importante no planeamento do transporte: avaliar os benefícios que as infra-estruturas de transporte duma região produzem sobre as regiões vizinhas. Esta ideia é semelhante ao que em economia se conhece por spillover effects, para designar os impactos produzidos fora dos limites da região que recebe o investimento. O seu estudo está normalmente vinculado ao efeito que o capital público produz nos sectores privados.
O nosso objectivo é o de medir os spillover effects através dos indicadores de acessibilidade, utilizando as funcionalidades SIG. Parte-se do princípio que a construção duma nova auto-estrada produz um aumento de acessibilidade que supera os limites geográficos da região onde é construída. Esta comunicação forma parte duma tese de doutoramento, actualmente em execução, onde se identificou que as auto-estradas propostas pelo PEIT (Plano Estratégico de Infra-estruturas e Transporte do Governo espanhol até 2020) produzem aumentos de acessibilidade no território português. Seguidamente, realizou-se o mesmo tipo de análise para as auto-estradas que a UE prevê para Portugal até ao ano 2020. Os resultados permitem concluir sobre a existência de importantes spillover effects a ambos lados da fronteira. - TERRITÓRIOS GLOBAIS - EXPLOSÃO DEMOGRÁFICA E INTERNET
Jorge Ricardo da Costa Ferreira
Palavras chave: Geografia da Internet, População, Demografia, Sociedade da Informação, Disseminação da InformaçãoDe acordo com os últimos dados da ONU, a população da terra está a crescer a um ritmo demasiado elevado. Dos cinco mil milhões em 1987, para mais de seis mil milhões em 2007 e, em 2050, mais de 9 mil milhões. Ainda segundo a Agência das Nações Unidas para a População (UNFPA), em 2007 a população urbana já atingia os 50% da população mundial.
O acentuado crescimento demográfico far-se-á sentir sobretudo nos continentes Africano e Asiático onde, apenas numa geração, o seu crescimento acumulado duplicará. Isso significa que, daqui a 23 anos nas maiores cidades do mundo, viverão 80% dos habitantes do planeta.
O mundo vira-se assim para as cidades, asfixiando-as num insuportável ritmo de crescimento urbano onde, por vezes, várias cidades se juntam numa, tornando-se aglomerações de escala regional.
As razões que levam as cidades a um tão elevado crescimento são múltiplas. A sociedade da informação poderá ser um dos factores responsáveis. Se há uns anos se pensava que esta traria uma diminuição da densidade populacional das cidades, devido a factores resultantes de mudanças como o téle-trabalho ou a diminuição do número de deslocações entre o local de trabalho e as periferias, tais pressupostos não se vieram a verificar. A globalização poderia ser outro dos factores explicativos, uma vez que as cidades e as regiões estão a competir por recursos humanos, pela captação de investimento e pela imagem através do marketing territorial.
A globalização e a regionalização representam ambos os lados da mesma medalha, reflectindo-se na economia, na cultura e no contexto sócio-político das grandes potências mundiais. Ambas as tendências devem ter, logicamente, expressão na Internet. De facto, além dos domínios de topo associados ao código de cada país (.pt para Portugal, .fr para França. etc.) começa a ser sentida uma enorme necessidade de criar um novo tipo de domínios, quer regionais quer, inclusivamente ao nível das cidades. Estes representariam um conjunto de subdomínios associados quer a nomes completos, quer a abreviaturas de cidades.
Este paper tem assim como objectivos: (i) Observar, para alguns países, o cenário de crescimento demográfico; (ii) Quantificar com base em metodologias de análise da Geografia da Internet, a espacialização territorial do endereçamento IP (Internet Protocol) através do número de hosts por domínios de topo (número de dispositivos on-line); (iii) Questionar a correlação entre deste indicador com a dinâmica demográfica de alguns territórios; (iv)
Reflectir sobre as propostas para novas designações de domínios de topo (.eu, .asia, .nyc, .sg, .berlim, etc. ) que representariam comunidades políticas, económicas e/ou culturais de inquestionável relevância. - TIPOLOGIA DAS DINÂMICAS METROPOLITANAS DO SISTEMA URBANO PORTUGUÊS
Patrícia Abrantes, José António Tenedório, Dulce Pimentel, Rossana Estanqueiro
Palavras chave: Metropolização, complexidade, SIG, modelação espacial, SOM, DIMETA tipologia das dinâmicas metropolitanas do sistema urbano português é o resultado da elaboração e aplicação de uma metodologia de modelação espacial da metropolização apoiada em Sistemas de Informação Geográfica (SIG).
Partindo da concepção de um modelo de dados em SIG que considera seis dimensões do fenómeno de metropolização estruturadas numa matriz entidades(dimensões)/indicadores (população, economia, organização urbana, redes, organização territorial e sociedade e cultura), propõe-se o tratamento dessa mesma matriz através de métodos de classificação e análise espacial por redes neuronais, nomeadamente os Self-Organizing Map (SOM).
O método SOM é avaliado como robusto para a extracção de uma tipologia designada DIMET (Tipologia das dinâmicas metropolitanas). A partir da aplicação do algoritmo de classificação identificam-se 10 tipos de agregados (metrópoles de Lisboa e Porto, área suburbana consolidada, área suburbana em consolidação, metrópole potencial, área de metropolização, área de dinâmica urbana, área de centralidade local, área de fraca dinâmica urbana, área sem dinâmica urbana), avaliados empiricamente em paralelo com tipologias decorrentes de estudos sobre o sistema urbano português desenvolvidos sobretudo durante a década de noventa.
A metodologia desenvolvida permite analisar a organização e estruturação espacial do fenómeno metropolitano, surgindo como instrumento potencial para a compreensão de territórios complexos onde a forte mutabilidade e multiplicidade de escalas, dimensões e actores exigem novos desafios de adaptação sistemática das políticas e dos instrumentos de ordenamento do território.
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