VI Congresso da Geografia Portuguesa / Autores / Sérgio Freire
Sérgio Freire
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- O PROJECTO DEMOCARTO: MODELAÇÃO EM SIG DA DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL E TEMPORAL DA POPULAÇÃO DE CASCAIS E OEIRAS COM ALTA RESOLUÇÃO
Sérgio Freire
Palavras chave: distribuição da população, densidade populacional, cartografia dasimétrica, população em risco, Cascais, OeirasDesastres naturais ou com causa humana (terramotos, incêndios florestais ou urbanos, epidemias, acidentes tecnológicos, actos de terrorismo, etc.) ocorrem geralmente sem aviso prévio e podem vitimar grande número de pessoas. Os dados dos recenseamentos populacionais apenas registam o local de residência e pernoita habitual da população, embora a distribuição espacial desta varie significativamente da noite para o dia. Assim, quando um desastre ocorre, saber-se quantas pessoas poderão estar na zona afectada nesse momento é informação fundamental para planear adequadamente respostas de emergência e evacuação, podendo estes dados ser igualmente úteis numa variedade de estudos envolvendo população, nomeadamente em análise de transportes, ambiente e planeamento, saúde e GeoMarketing. A espacialização destes dados num formato SIG raster aumenta significativamente a sua utilidade e facilita a sua integração com outros dados espaciais para análise ou modelação.
A validade do conceito de população ambiente para as utilizações referidas foi já demonstrada pelo desenvolvimento recente duma base de dados populacionais global (o LandScan), sucessivamente melhorada. No entanto, a resolução espacial desses dados (30 segundos de arco, quase 1 km), embora aceitável para uso a escalas regionais e nacionais, revela-se insuficiente para a maioria dos usos práticos em Portugal, em particular em meio urbano. Acrescentando à componente espacial a dimensão temporal, bases de dados com elevada resolução representativas das distribuições diurnas e nocturnas da população estão a ser desenvolvidas nos EUA com base em dois tipos de metodologias.
O presente estudo aborda o processo e implicações do desenvolvimento de bases de dados semelhantes para os concelhos de Cascais e Oeiras. Neste exercício de modelação espacial, são utilizados dois tipos gerais de dados: a) informação censitária e estatística e b) dados fisiográficos. A informação censitária mais recente (2001) fornece os quantitativos populacionais a serem espacializados, enquanto o segundo tipo de dados permite definir as unidades espaciais usadas para desagregar os valores dos Censos. Desta forma é possível considerar a componente temporal da população e estimar as suas distribuições nocturnas e diurnas. Para máximo rigor e elevada resolução espacial, a distribuição populacional diurna incorpora a componente trabalhadora através da informação sobre locais de trabalho e serviços públicos e privados (como escolas e hospitais) e respectiva população deslocada.
O principal valor destes resultados reside na sua elevada resolução espacial (25 m) e no facto de aproximarem com maior rigor e realismo a distribuição populacional no período diurno, possibilitando assim análises mais rigorosas nesse período. Dada a disponibilidade e características dos dados geográficos em Portugal, e apesar de alguns problemas e limitações identificados nos dados de input, com alguns cuidados será possível aplicar esta metodologia a qualquer concelho das Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto.
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